quinta-feira, 12 de maio de 2011

Carta- "Memórias de um Louco"



Francisco da Rocha, 45 de Agosto de 1899.
            Sr. Imperador de Chão sem Estrelas, rua Fim do Mundo, nº 000, São Paulo, interior...

                   Desprezados Senhores,


Venho recordar meu futuro tão perfeitamente bem, mas bastante confuso daqueles dias chuvosos em que faz Sol. Quando eram 24 horas, meu relógio marcava 12 horas. Eu estava sentado de pé num banco de pau feito de pedra, lendo um jornal sem letras, ao lado de um lampião apagado.
Dentro da noite escura de Sol, ao meu lado havia um bosque sem árvores, onde as vacas pulavam de galho em galho e os passarinho pastavam alegremente tristonhos. Muito longe havia uma corrida chamada "São Silvestre", dos cegos e paraplégicos, em que só corriam aleijados.
Incontividados pelo coral dos mudos, que cantavam entusiasmados nesta corrida. Apenas um preto loiro, com calça sem calça, corria parado dizendo: " Prefiro a morte do que perder a vida!"
No outro dia ao levantar-me deitado, senti uma apetitosa fome e fui tomar alguma coisa na oficina. Chegando lá, tomei 2 litros de gasolina e um copo de óleo. Sai da oficina com meu carro de boi, puxado por 3 minhocas e uma minhoco. Ao sair, notei que meus pneus estavam furados, então desci e levei o carro a passear nas costas.
Quando voltei, entrei pela janela e reparei que a grama estava verde, não estava nenhuma madura. Então fui descansar, estiquei o chão de meu quarto e deitei-me sobre ele folgadamente. Depois de ter descansado alguns minutos, acordei dormindo e fui escovar os dentes com o pente.
Descendo pela janela do elevador, fui até o poço levar-me e quase afoguei-me, pois a água estava molhada...
Foi este o futuro que tinha que me recordar, mas terminando o lápis com a caneta vou continuar apenas se vocês quiserem.
Despeço-me na linha de baixo, pois a de cima esta ocupada.
Adeus
          Loucamente
       O Louco

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